quarta-feira, 29 de junho de 2022

Respeitar uma coisa significa dizer sim a ela

Quero dizer-lhe algo sobre a sensação de estar completo e sua origem. Essa sensação nasce em mim quando alguém que pertence ao meu sistema ganha seu lugar em meu coração. É isso que realmente significa ―estar completo. Só a partir dessa plenitude é que você está livre para se desenvolver. Enquanto estiver faltando alguém que pertença ao sistema, você se sentirá incompleto.



A festa

Uma pessoa se põe a caminho. Olhando à sua frente, vê ao longe a casa que lhe pertence. Caminha até lá e, ao chegar, abre a porta e entra num espaço preparado para uma festa.

A essa festa comparecem todos aqueles que foram importantes em sua vida. Cada um que vem traz algo, permanece algum tempo — e parte.

Assim vêm para a festa, e cada um deles traz um presente cujo preço integral já pagou, de uma forma ou de outra: a mãe — o pai — os irmãos — um avô — uma avó — o outro avô — a outra avó — os tios e as tias — todos os que cederam lugar para você — todos os que cuidaram de você — vizinhos, talvez — amigos — professores — parceiros —filhos; todos os que foram importantes em sua vida e os que ainda são importantes. E cada um que vem traz algo, permanece algum tempo — e parte. Assim como os pensamentos vêm, trazem algo,

permanecem algum tempo — e partem. Assim como os desejos ou o sofrimento vêm, trazem algo, permanecem algum tempo — e partem. Assim como a vida vem, nos traz algo, permanece algum tempo — e parte.

Terminada a festa, aquela pessoa fica em casa, cumulada de presentes, e com ela só permanecem aqueles a quem convém ficar ainda algum tempo. Ela vai à janela, olha para fora e vê outras casas. Sabe que um dia haverá nelas também uma festa: ela comparecerá, levará algo, ficará algum tempo — e partirá.

Nós também estamos aqui numa festa: trouxemos algo, tomamos algo, ficamos ainda algum tempo — e partimos.



Não se trata de gostar, mas de respeitar, o que significa muito mais.


Aceitar não cabe aqui. Quando você ―aceita uma coisa, você se comporta como se pudesse ao mesmo tempo rejeitar a maneira como ela é.

O essencial é assentir, sem lamentar e sem outros pensamentos. Respeitar uma coisa significa dizer sim a ela como ela é. E respeitar uma pessoa significa: digo sim a ela como ela é, digo sim a seu destino como ele é, e digo sim a seus envolvimentos como eles são. Essa atitude é muito humilde e mantém o distanciamento. Contudo, é justamente no distanciamento que existe dedicação e uma força que atua ocultamente. Somente a pessoa que está em sintonia com o destino pode receber dele, às vezes, a força para revertê-lo.



Sua auto-recriminação não a ajuda em nada. Quem se deprecia, com uma interpretação ou um comentário assim, apenas se prejudica. Não conheço casos em que tenha resultado disso algo de bom. O que você está dizendo é o seguinte: ―Aceite-me, por favor, porque sou tão pequena! Essa atitude aborrece o outro, porque você o coloca numa posição superior e lhe tira a liberdade de ficar em pé de igualdade com você.



Permanecer no presente alivia.



em As Ordens do Amor de Bert Hellinger


terça-feira, 28 de junho de 2022

A imagem faz isso por si. Deve esperar, até que ela produza seu efeito.

Isso não se pode entender totalmente. Você apenas percebe os efeitos e vê uma solução. Quando continua a procurar e finalmente acredita que encontrou todas as causas, apenas imagina que possui alguma coisa, pois todas essas causas acabam se perdendo na obscuridade. Você já viu tudo que necessita para a solução, e tornará a perdê-la se continuar pesquisando.


O bom conhecimento está direcionado para uma realização. Quando quero saber mais do que necessito para ela, o conhecimento atua destrutivamente, tornando-se um substitutivo da ação.

FRANK: A pergunta básica que me ocorre é propriamente a seguinte: se essa constelação está certa, seria correto que os filhos ficassem comigo?

HELLINGER: Naturalmente, é correto.

FRANK: Isso contradiz o que vejo no momento, pois eles parecem estar felizes com a mãe.

HELLINGER: Naturalmente. Sua mulher é, sem dúvida, uma boa mãe. Por conseguinte, você não precisa decider agora coisa alguma. Precisa apenas levar consigo a imagem de que isso é acertado, e então deixar que ela trabalhe por você.

FRANK: Está bom assim.

HELLINGER: A imagem faz isso por você. Você deve esperar, até que ela produza seu efeito. OK?



Um filho não precisa assumir as dívidas de seus pais. Isso é assunto pessoal dos pais e não diz respeito aos filhos.

DAGMAR: Quer dizer que ela pode decidir-se de antemão a não assumir isso?

HELLINGER: Tem toda a liberdade de fazê-lo. Deve agir, porém, de maneira a ficar em paz com os pais. Por isso, pode dizer tranquilamente que assumirá, mas depois da partilha não precisará fazê-lo. E ainda, se uma herança estiver gravada por outra circunstância, por exemplo, por uma injustiça, será melhor que o filho se abstenha de recebê-la. Caso contrário, ficará enredado na fatalidade alheia.



em As Ordens do Amor de Bert Hellinger

segunda-feira, 27 de junho de 2022

A solução consiste em que você se retire disso

A luta de um parceiro para conservar o outro recebe frequentemente sua energia

do medo que a criança sente de perder a mãe. Assim, a exigência de fidelidade não visa tanto à parceira quanto a mãe. Também a fidelidade de um parceiro, principalmente quando envolve abnegação, é a transferência, para o marido ou a mulher, da fidelidade da criança à mãe. Essa fidelidade tem então algo de irreal.

Um exemplo a respeito. Um homem me escreveu que estava noivo, mas sua noiva lhe disse que o amor que sente por ele é apenas uma transferência. Ela deseja ser independente dele e ter também outras relações, porém o rapaz achava que devia ser fiel a ela e aguardar que voltasse para ele. Escrevi-lhe uma carta, mais ou menos nos seguintes termos:

―Você está mostrando à sua parceira uma fidelidade semelhante à que os filhos sentem pela mãe. Por isso o seu sentimento o engana. Ela não merece você.

Ele me respondeu que se sentiu liberado no ato. Desfez-se imediatamente de sua aliança de noivado e sentiu-se disponível para o novo.


Os outros pagaram o preço por sua vida e gostariam de ver que não o fizeram em vão. Portanto, se você toma sua vida pelo preço que outros pagaram por ela e faz dessa vida algo de bom, então eles ficam reconciliados com o preço que lhes custou. Mas se você deixa que sua vida vá mal, então esse preço foi pago em vão.


Solução através do amor. Quando estamos em sintonia com o amor, então podemos ir e m frente.


Isso é o medo. Pois você precisa confiar no outro. Daí resulta também que só devo dar ao outro na medida em que ele possa ou queira retribuir. Se ultrapasso essa medida, ele tem que ir embora. Não devo dar-lhe mais do que ele queira ou possa retribuir. Com isso se estabelece, de antemão, um limite para o dar.


Cada relação começa com a necessidade de renunciar a alguma coisa, porque a medida do dar e do tomar é limitada. Isso vale para qualquer relação. Algumas pessoas buscam uma relação onde a troca seja ilimitada, mas tal relação não existe. Quem abandona essa ilusão expõe-se a uma relação modesta que entretanto, justamente por ser modesta, será também feliz.


Você sabe o melhor caminho para lidar com o tomar e o dar numa relação de casal? É fazer pedidos concretos. Portanto, não dizer: ―Por favor, me ame mais, pois não é concreto, mas sim: Por favor, fique mais meia hora e converse comigo. Então, passada a meia hora, o outro sabe que satisfez o seu pedido. Porém, se você disser: Fique comigo para sempre, ele nunca saberá quando terá satisfeito o seu pedido e se sente excessivamente exigido. São conselhos simples e modestos.


A compaixão exige a coragem de se expor totalmente ao sofrimento.


Um filho não deve imiscuir-se num assunto que diga respeito aos pais. Seja qual for a felicidade ou infelicidade que aconteça entre eles, o filho não deve saber disso. Os pais também não devem dizê-lo ao filho. Se sua mãe lhe disse isso, então você precisa esquecer. E é possível esquecer.

UTE: Ah, sim?

HELLINGER: É uma disciplina espiritual. E possível exercitar o esquecimento, na medida em que interiormente nos retraímos. De repente, aquilo desaparece. Aí você deixa os pais nesse conflito, olha com amor para eles e toma de ambos o que lhe deram.


Isso por um lado. Por outro, uma coisa assim acontece como expiação pela presunção, a presunção de saber o que se passou entre seus pais.


Quando alguém atenta contra a ordem de origem, quando, por exemplo, um filho se arroga o direito de saber e julgar o que se passa entre os pais, ele se coloca acima deles. Sempre que acontecem processos trágicos em sistemas, como acidentes graves, suicídios e coisas semelhantes, trata-se de consequências da transgressão dessa ordem. Alguém em posição posterior colocou-se no lugar de alguém em posição anterior, e consequentemente reage com uma necessidade inconsciente de fracassar, ficar infeliz ou morrer.

A solução consiste em que você se retire disso e agradeça, porque tudo terminou bem e você pode aprender com isso e colocá-lo em ordem.



em As Ordens do Amor de Bert Hellinger


domingo, 26 de junho de 2022

Diversos Tipos de Raiva

 



Há diversos tipos de raiva:

Primeiro: Alguém me agride ou me faz uma injustiça, e eu reajo com indignação e raiva. Essa raiva permite que eu me defenda ou me imponha com energia. Ela me capacita para agir, é positiva e me fortalece. Essa raiva é objetiva e por isso é adequada. Ela cessa logo que atinge seu objetivo.


Segundo: Fico enfurecido e zangado porque noto que deixei de tomar, exigir ou pedir o que eu poderia ou deveria ter tomado, exigido ou pedido. Em vez de me impor, recebendo ou tomando o que me falta, fico enfurecido e zangado com as pessoas de quem não tomei, não exigi ou não pedi, embora eu pudesse ou devesse ter agido dessa maneira. Essa raiva é um substitutivo da ação e a consequência de uma omissão. Ela paralisa, incapacita e

enfraquece, e muitas vezes perdura por longo tempo. De maneira semelhante, a raiva funciona como defesa contra o amor. Em vez de expressar meu amor, fico com

raiva das pessoas que amo. Essa raiva surgiu na infância, em consequência da interrupção de um movimento afetivo. Em situações posteriores semelhantes, essa raiva reproduz a vivência original e dela retira a sua força.


Terceiro: Fico com raiva de alguém porque lhe fiz mal, mas não quero reconhecer isso. Com essa raiva, eu me defendo das consequências dessa culpa e a empurro para a outra pessoa. Também essa raiva é um substitutive da ação. Ela me permite ficar inativo, me paralisa e enfraquece.


Quarto: Alguém me dá tantas coisas grandes e boas, que não consigo retribuir. Isso é realmente difícil de suportar. Então me volto contra o doador e suas dádivas, ficando zangado com ele. Essa raiva se manifesta como recriminação, por exemplo, dos filhos contra os pais. Ela se torna um substitutivo do tomar, do agradecer e do próprio agir. Paralisa e esvazia a pessoa. Ou se manifesta como depressão, que é o outro lado da recriminação.

Também serve de substitutivo para o tomar, o agradecer e o dar. Ela paralisa e esvazia. Essa raiva se manifesta também sob a forma de um luto muito prolongado depois de uma morte ou uma separação, quando fiquei em dívida com essas pessoas no que tange ao tomar e ao agradecer. Essa raiva se manifesta ainda, como no terceiro tipo, se deixei de assumir minha própria culpa e suas consequências.


Quinto: Algumas pessoas têm uma raiva que adotaram de outras contra terceiros. Num grupo, por exemplo, quando um membro reprime sua raiva, depois de algum tempo um outro membro se enraivece, geralmente o mais fraco, que não tem absolutamente nenhum motivo para isso. Nas famílias, esse membro mais fraco é uma criança. Quando, por exemplo, a mãe fica zangada com o pai, mas reprime sua raiva, um filho fica zangado

com ele. O mais fraco frequentemente não se torna apenas sujeito, mas também objeto da raiva. Quando, por exemplo, um subordinado se irrita com seu superior mas reprime sua raiva diante dele, costuma descarregá-la em alguém mais fraco. Ou, quando um homem fica com raiva de sua mulher, mas a reprime diante dela, um filho é castigado por ela. Muitas vezes, a raiva não se desloca apenas de um portador para outro, por exemplo, da mãe para o filho, mas também de um objeto para outro, por exemplo, de uma pessoa forte para uma pessoa fraca. Nesse caso, uma filha que assume a raiva da mãe pelo pai, não dirige essa raiva contra o próprio pai, mas contra alguém mais à sua altura, por exemplo, ao próprio marido. Nos grupos, a raiva adotada não se dirige então contra a pessoa forte que era inicialmente visada — por exemplo, o dirigente do grupo —, mas contra um membro fraco, que se torna o bode expiatório, no lugar do mais forte. Quando agem através de uma raiva adotada, os perpetradores ficam fora de si. Sentem-se orgulhosos e em seu direito, mas agem com uma força e um direito que não lhes pertencem, o que os frustra e enfraquece. Por sua vez, as vítimas dessa raiva adotada se sentem fortes e em seu direito, pois sabem que sofrem injustamente. No entanto, também eles permanecem fracos e seu sofrimento é inútil.


Sexto: Existe uma raiva que é virtude e habilidade: uma força de imposição, alerta e centrada, que responde a emergências e que, com ousadia e saber, enfrenta inclusive o que é difícil e tem poder. Essa raiva é destituída de emoção. Quando é preciso, também inflige algum mal ao outro, sem medo e sem maldade: é a agressão como pura energia. Resulta de uma longa disciplina e de um longo exercício, mas é possuída sem esforço. Essa raiva se manifesta como ação estratégica.



Quero dizer-lhe uma coisa: coragem e cautela tensionam em sentidos contrários, como as extremidades de um arco. Entretanto, o arco é mantido pela corda, que mantém unidas essas extremidades que tensionam em sentidos contrários. Com isso se produz a tensão que impulsiona a flecha para o alvo. Mas a cautela sozinha não gera tensão.



em As Ordens do Amor de Bert Hellinger

sábado, 25 de junho de 2022

Aguardar Encarando

 O essencial é assentir sem lamentar e sem outros pensamentos. Respeitar uma coisa significa dizer sim a ela como ela é. E respeitar uma pessoa significa: digo sim a ela como ela é, digo sim ao seu destino como ele é e digo sim aos envolvimentos como eles são. Essa atitude é muito humilde e mantém o distanciamento. Contudo, é justamente no distanciamento que existe dedicação e uma força que atua ocultamente. Somente a pessoa que está em sintonia com o destino, pode receber dele, às vezes, a força para revertê-lo.


Sua auto-recriminação não ajuda em nada. Quem se deprecia, com uma interpretação ou um comentário assim, apenas se prejudica. Não conheço casos em que tenha resultado disso algo de bom. O que você está dizendo é o seguinte: "Aceite-me, por favor, porque sou tão pequena." Essa atitude aborrece o outro, porque você o coloca numa posição superior e lhe tira a liberdade de ficar em pé de igualdade com você.



Você estragou o que fez com esse comentário e isso já não pode ser desfeito. Muita gente pensa que permanece livre depois do ato. Ninguém é livre depois do ato. Só somos livres antes de cometê-lo.



- Você precisa estar curioso e deixar-se surpreender pelo que venha a mudar espontaneamente, sem atuação e sem intenção de sua parte. Isso requer uma grande força, a força para conter-se. Mas a força que isso lhe custa, flui na direção dos outros.

- Algo está mudando em mim, e é uma boa imagem para mim simplesmente aguardar até que algo aconteça por si mesmo; não afastando essa imagem, mas mantendo-a.

- Aguardar encarando.



em As Ordens do Amor de Bert Hellinger

sexta-feira, 24 de junho de 2022

O Respeito é a única coisa que importa

Pela consumação do amor cria-se, entre o homem e a mulher, um vínculo real. Este, por seus efeitos, é ainda mais forte do que o vínculo real dos filhos aos pais. É absolutamente o mais forte dos vínculos. Separar-se dos pais não traz tanta dor e culpa quanto separar-se de um parceiro a quem se estava ligado. Isso se mostra pelos efeitos.

Muitas pessoas iniciam uma ligação como quem fica sócio de um clube, onde se pode entrar e sair à vontade. Mas isso não é assim. Quem entra, fica vinculado e não pode sair sem dor e sem culpa. Pelo tamanho da dor e pela culpa sentida percebe-se a força que o vínculo tinha ou ainda tem.




Os pais dão aos filhos aquilo que eles próprios são. Por isso, os filhos só podem aceitar seus pais como eles são. 

Cada um precisa tomar seus pais; quando aceita isso, ele os tem e está completo em si mesmo.




Quando as pessoas que cederam seu lugar são conscientemente respeitadas e honradas, não se precisa fazer nada mais. O respeito é a única coisa que importa e tudo o mais é supérfluo.



Descrevendo a coisa, ele a tornou dificil para si mesmo. Poderia ter começado imediatamente a fazê-la em vez de falar de sua dificuldade.



"Eu lhe presto homenagem."




O efeito da reverência não depende do que a outra pessoa diz. Ninguém precisa ser diferente do que foi. Os pais não precisam mudar e ninguém precisa desculpar-se. Cada um pode fazer por si só, tudo o que seja devido, por exemplo, inclinar-se diante dos pais, prescindindo da reação deles. A solução está no ato da própria pessoa.



Algumas pessoas continuam acenando para o velho trem quando o novo já estacionou na plataforma. Mas o amor sem esperanças dura mais.



É no limite extremo que se supera uma crise.



Mesmo quando já sabemos qual é a decisão correcta, é preciso deixar primeiro que as forças se concentrem para a execução.

Durante a guerra, quando acontecia um ataque, era preciso esperar que o inimigo chegasse a uma distância de 50m. Isso não é fácil. É mais fácil atirar quando ele ainda está a 1km, mas com que resultado?



A gente olha o antepassado e diz:

"Eu prendo a respiração por ti." "Eu tenho dores por ti." Etc


"Eu tomo a vida pelo preço que lhe custou."



Solução através do amor. Quando estamos em sintonia com o amor, podemos ir em frente.


Quem dá, sem tomar, diz ao outro "antes você se sinta devedor do que eu", então o outro se aborrece e com razão.



A compaixão exige a coragem de se expor totalmente ao sofrimento.



O bom conhecimento está direccionado para uma realização. Quando quero saber mais do que necessito para ela, o conhecimento atua destrutivamente, tornando-se um substitutivo da ação.



em As Ordens do Amor de Bert Hellinger


quinta-feira, 23 de junho de 2022

Caminhar Transformado

Quem reconhece a própria culpa se fortalece, pois ela se manifesta como força. Quando alguém assume a culpa e suas consequências em lugar de outro, isso o enfraquece, bem como ao outro, pois tira dele a força para fazer algo de bom.



"Eu amo seu pai em você e estou de acordo que se torne como ele."



"Eu sigo você."

"Antes eu do que você."

"Eu morro com você."



O mundo passou por um idade de ouro. As pessoas iam dormir e de manhã o trabalho aparecia feito. Isso durou até que alguém quis saber a razão.



Transferência do sujeito - sentir algo em vez do outro, em nome do outro

Transferência do objeto - transferir a projeção do que o outro sente numa pessoa de nossa própria realidade atual

Quando as pessoas sentem que estão com razão, com verdadeira razão, então existe na maioria dos casos, uma dupla transferência. Quando se trata do próprio direito as pessoas não se empenham tanto quanto no direito alheio.



Não se deve pedir perdão. Quando alguém me pede perdão, empurra para mim a responsabilidade por sua culpa. Da mesma forma, quando alguém se confessa, empurra para o outro as consequências do seu comportamento.

O psicoterapeuta pode resguardar-se dizendo interiormente "não quero saber disso". No ato de perdoar existe sempre um desnível de cima para baixo, que impede uma relação de igualdade. Pelo contrário, se você diz: "sinto muito", você se coloca de frente para o outro. Então você preserva sua dignidade e para a outra pessoa é bem mais fácil ir ao seu encontro do que se você lhe pedir perdão.




Uma vez apareceu um anjo a Jacó. Este agarrou-se ao anjo e o anjo disse "larga-me" e Jacó disse: "não te largarei até que me abençoes". Só então puderam separar-se.



A tristeza própria, se justificada, fortalece. Ela tem muita força. Já a tristeza alheia não serve de nada. Quando alguém chora, os que choram junto se enfraquecem. Só quem chora com razão se fortalece com isso.




Tudo o que é profundamente humano encontra em cada um uma ressonância e o que acontece aqui é sempre profundamente humano. Mas quando você aplica isso a si mesmo de uma forma especial, você age como se tivesse vocação de esponja. Não se deve aplicar isso a si. É importante colocar limites.

Soltar significa caminhar transformado.



em As Ordens do Amor de Bert Hellinger


quarta-feira, 22 de junho de 2022

Coragem de Fazer o Mínimo

Ter coragem de fazer o mínimo.


Comentários servem frequentemente para questionar e evitar a solução. Eu só queria saber como se está sentindo.


A fidelidade perturba a vida.


A prática incomoda a teoria.


O papel da vítima é a mais refinada forma de vingança. Na luta pelo poder, quem vence são as vítimas.


A felicidade dá medo e traz responsabilidade.


O que é significativo para um indivíduo toca a todos. Quando a pessoa reconhece ou resolve algo essencial para si, os demais aprendem junto, como num modelo, sem que precisem trabalhar individualmente esse problema.


Não se trata de gostar, mas de respeitar, o que significa muito mais.


em As Ordens do Amor de Bert Hellinger